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2012 - Livro Vermelho 2013

Senaea coerulea Taub. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-03-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii);C2a(i)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Senaea coerulea é endêmica do Estado de Minas Gerais, e tem três subpopulações esparsas, distribuídas em um pequeno trecho da Cadeia do Espinhaço. Ocorre, principalmente, em Campos Rupestres de Cerrado, e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça, considerando o fogo e a pressão antrópica como principais ameaças à espécie. Suspeita-se que, em virtude das ameaças, a EOO e AOO da espécie estejam em declínio constante, assim como a qualidade do seu hábitat. Além disso, estima-se que a população total da espécie não some mais que 2.500 indivíduos.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Senaea coerulea Taub.;

Família: Gentianaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita por Taub. em 1893: 516, foi assim nomeada pelas suas corolas azuis (Calió et al., 2008). A espécie diferencia-se de S. janeirensis pelas folhas obtusas e mucronadas no ápice; pelo cálice de fora papiloso; lobos da corola; comprimentos dos estames e do estilete e tamanho da corola, além de possuírem áreas de ocorrência distintas (Calió et al., 2009; Guimarães, com. pessoal).

Dados populacionais

A espécie apresenta populações esparsas distribuídas em um pequeno trecho da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais. Foram registradas subpopulações nos municipios mineiros de Carmo do Rio Claro, Congonhas do Norte (Serra da Mangabeira, próximo a Rio Preto) e Diamantina (Calió et al., 2008).

Distribuição

Ocorre exclusivamente no estado de Minas Gerais (Guimarães et al., 2012). A espécie foi coletada de maneira esparsa ao longo dos anos, em média 20 anos entre as coleções (Calió et al., 2009; Guimarães, com. pessoal).

Ecologia

Planta de porte arbustiva a arbórea, em substrato terrícola, rapícola ou saxícola; ocorre em Campos Rupestres (Saavedra et al., 2009; Calió, 2012) e cerrados, em solos arenosos próximos as margens de córregos e rios (Calió et al., 2008), associados ao Domínio Fitogeográfico do Cerrado. Encontrada com flores em janeiro, abril (também com frutos) e setembro (Calió et al., 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes A interferência humana nas comunidades dos Campos Rupestres, não é desprezível e já tem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica em populações de plantas do espinhaço (e.g., Gomes et al., 2004; Pereira et al., 2007; Ribeiro et al., 2007). O grande número de espécies vegetais exclusivas dos Campos Rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível. Suas espécies microendêmicas, como neste caso, são muitas vezes representadas apenas por pequenas populações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturais ou provocados pelo homem.

1.1.2 Wood plantation
Incidência local
Severidade medium
Detalhes Em alguns locais, os campos rupestres estão sendo substituídos por monoculturas de eucaliptos e pinheiros (Giulietti et al., 2007).

1.7 Fire
Incidência national
Severidade high
Detalhes Os Campos Rupestres estão sujeitos a queimadas frequentes, algumas vezes causados naturalmente, mas normalmente ocasionados por atividades exercidas nas terras em seu entorno (Giulietti et al., 2007).

1.3.1 Mining
Severidade very high
Detalhes O espinhaço, localidade onde S. coerulea ocorre, é marcado em praticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada à extração de ouro ou diamantes e atividades associadas (Giulietti et al., 1997).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA, 2008). Foi considerada Criticamente em Perigo (CR) sob os critérios A4abc; B2ab(i,ii,iii,iv) (Calió, Pirani; Struwe, 2008). A Fundação Biodiversitas também considerou S. coerulea como Criticamente em Pergigo (CR) sob os critérios B2ab(ii,iii) (Biodiversitas, 2005).

4.4.2 Establishment
Situação: needed
Observações: Não há registros da espécie em nenhuma unidade de conservação.

Referências

- CALÍO, M.F.; PIRANI, J.R.; STRUWE, L. Morphology-based phylogeny and revision of Prepusa and Senaea (Gentianaceae: Helieae) ? rare endemics from eastern Brazil. Kew Bulletin, v. 63, p. 169-191, 2008.

- GUIMARÃES, E.F.; CALIÓ, M.F.; SAAVEDRA, M.M. Gentianaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000117)>. Acesso em: 02/03/2012.

- STRUWE, L. ET AL. Spatial evolutionary and ecological vicariance analysis (SEEVA), a novel approach to biogeography and speciation research, with an example from Brazilian Gentianaceae. Journal of Biogeography, 2011.

- SAAVEDRA, M.M.; FRAGA, C.N.; GUIMARÃES, E.FSTEHMANN, J.R. ET AL. Gentianaceae. 2009.

- STRUWE, L. ET AL. Evolutionary patterns in neotropical Helieae (Gentianaceae): evidencefrom morphology, chloroplast and nuclear DNA sequences. Taxon, v. 58, n. 2, p. 479-499, 2009.

- MARIA FERNANDA CALIÓ. Sistemática de Heliae Gilg (Gentianaceae). Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2009.

- GUIMARÃES, E.F. Comunicação da especialista Elsie F. Guimarães, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro(RJ), para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, 2012.

- GIULIETTI, A.M., PIRANI, J.R.; HARLEY, R.MDAVIS, S.D.; HEYWOOD, V.H.; HERREMARBRYDE, O; VILLA-LOBOS, J.; HAMILTON, A.C. Espinhaço range region. Cambridge: the Americas, 1997. 397-404 p.

- CAVALLARI, M.M. ET AL. Genetic variation in three endangered species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhaço, Brazil, detected using rapd markers, Biodiversity and Conservation, v.15, p.4357-4373, 2006.

- RAPINI, A. ET AL. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 16-24, 2008.

- RIBEIRO, P.L. ET AL. Genetic and morphological variation in the Bulbophyllum exaltatum (Orchidaceae) complex occurring in the brazilian "campos rupestres": implications for taxonomy and biogeography. Lankesteriana, v. 7, p. 97-101, 2007.

- PEREIRA, A.C. ET AL. Genetic and morphological variability of the endangered Syngonanthus mucugensis Giul. (Eriocaulaceae) from Chapada Diamantina, Brazil: implications for conservation and taxonomy. Journal of the Linnean Socienty, v. 153, p. 401-416, 2007.

Como citar

CNCFlora. Senaea coerulea in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Senaea coerulea>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/03/2012 - 14:29:55